As dores e as delícias de uma mamãe de primeira viagem...


terça-feira, 31 de julho de 2007

Depressão pós-parto

Apesar de não estar sendo uma gravidez muito calma e tranqüila, acredito que tenho andado pelos caminhos certos para que não venha a ter uma depressão no futuro. Tenho sentido medo e angústias, mas nada fora do normal, pelo que conversei com outras gestantes. Segunda feira (06/08/2007) começa o curso para gestante, estou muito ansiosa, pois o Marcos vai poder participar também e assim ficar mais por dentro desses assuntos importantes da gravidez!! Todos sabem que os nove meses de gravidez são repletos de momentos, maravilhosos, mágicos e indescritíveis na vida da mulher. Porém, muito pouco se fala do medo, da insegurança, da tristeza, e até da culpa que muitas gestantes sentem após o parto... Por isso, resolvi compartilhar com vocês esse texto, que talvez possa ajudar alguém...


Grande parte das mulheres passa por alguma forma de "depressão" após o nascimento do bebê. Principalmente para as que dão à luz pela primeira vez, a função de assumir o papel de mãe pode provocar uma verdadeira reviravolta na vida e no estado emocional, embora a gravidez e o filho tenham sido planejados. Isso tem haver com o estado emocional destas mulheres e como elas estão vivenciando algumas de suas lembranças durante a gestação. Na gestação a mulher vivência questões inconscientes de quando ela foi um bebê - nem sempre é tranqüilo ser um bebê -, de como é ser filha e agora como ser mãe, e da propensão da pessoa de ter depressão.

Logo que o bebê chega em casa, e elas se dão conta de que vão ter que ser responsáveis não só por suas vidas, mas também pela nova vida que agora está aos seus cuidados, é comum surgirem os mais diversos sentimentos e sensações. Algumas sentem que sua liberdade será definitivamente perdida e que, ainda por cima, deverão se dividir entre os afazeres de casa, o trabalho, o companheiro e o filho. Para outras, além dos sentimentos já citados, podem aparecer também a angústia e a preocupação, que vêm acompanhadas de pensamentos como "será que vou conseguir cuidar do meu bebê?", "e quando ele ficar doentinho, o que vou fazer?", "meu Deus, como vou me virar?", "vou ser uma boa mãe?".


Existe um sentimento muito comum, a "tristeza", que acomete a mulher durante dois a cinco dias após o parto. É um choque inicial quando a mulher toma consciência de que há um Ser totalmente dependente dela, e que ocorre em torno de 50 a 80% dos casos. Se houver apoio familiar e um bom acompanhamento, ela sai do quadro em cerca de duas semanas. Essa melancolia não pode, nem deve, ser confundida com a depressão pós-parto, que dura muito mais tempo e pode surgir até 12 meses após a chegada do bebê.


Os sintomas como cansaço, desanimo, ansiosidade, insônia, excesso de sono, irritação, apatia, falta de desejo sexual, medos, sensação de estar falhando como mãe, ter pensamentos obsessivos e sentimentos ambivalentes em relação ao bebê, ou atitudes como a de não querer se cuidar ou se alimentar, geralmente fazem parte da depressão pós-parto e neste caso precisa ser tratada com antidepressivos, que corrigem o metabolismo cerebral, além de terapia. A mulher que tiver depressão pós-parto uma vez, tem grande chance de desenvolvê-la novamente nos próximos partos e mesmo durante a próxima gravidez. Daí a importância do tratamento.

O bebê precisa do olhar da mãe voltado para ele, assim como dos cuidados e do contato materno. Com a depressão a mãe está voltada para ela, sendo incapaz desta tarefa. Assim, os dois, mãe e bebê, precisam de apoio (do pai ou de familiares), para conseguirem fazer um vínculo saudável, a mãe para sair desta depressão e o bebê para ter uma mãe.

Infelizmente quem está ao redor nem sempre percebe que a mulher está passando pela depressão pós-parto e, muitas vezes, a doença acaba piorando em razão da falta de apoio, compreensão e conhecimento dos familiares e até de ajuda médica.

Os sintomas tendem a piorar quando, ainda por cima, a mulher tem de ouvir frases como "deixa de frescura", "larga de ser preguiçosa", "vê se vai se cuidar para ficar mais bonita" ... É preciso entender que não se trata de preguiça ou apenas uma tristeza passageira: a auto-estima da depressiva pode ficar totalmente baixa a ponto de a mulher se sentir incapaz de realizar atividades que antes lhe davam prazer e para fazer o que estava acostumada e, sem o apoio e o tratamento adequados, os sintomas funcionam como um círculo vicioso ou, porque não dizer, até uma bola de neve: a mulher está irritada, as pessoas xingam e brigam com ela, que por sua vez fica mais irritada e desconta no bebê, o bebê sente e chora, o marido briga com ela e por aí vai...

Existe ainda um outro estágio de depressão, mais raro e grave, a psicose pós-parto. A mãe pode sentir culpa por, de alguma forma, rejeitar ou não desejar aquele bebê – "e se eu não tivesse este bebê? Tudo seria como antes!" - e é aí que surgem idéias delirantes de perseguição, por exemplo, o desejo de se suicidar, abandonar, machucar ou até mesmo matar o próprio filho, porém os casos só chegam a este ponto quando a mãe não recebe tratamento médico e apoio da família.
Depois do nascimento do bebê a mamãe precisa ir ao médico para avaliar sua saúde e conversar sobre sua adaptação, sentimentos e preocupações relacionados a essa nova fase da sua vida. Caso sinta que está piorando, que não consegue mais controlar as suas emoções, ou os familiares notem mudanças expressivas em seu comportamento, ela deve procurar um psicólogo ou um psiquiatra. Atualmente existem medicamentos (antidepressivos) que podem ser tomados durante a gestação e até mesmo sem interromper a amamentação, e que não causam dependência. O importante é a mãe e os familiares à sua volta não resistirem à necessidade do tratamento e conciliá-lo com muito apoio, amor e carinho, já que assim a mulher pode se recuperar mais rápido.

Levar uma gravidez tranqüila, fazendo um o pré-natal adequado, participar de um curso para gestantes e evitar conflitos e estresse são algumas das maneiras de prevenir a depressão pós-parto.

Fonte: Planeta Bebê

Um comentário:

Meus amores disse...

Na gravidez do Davi, toda vez ue chegava as 18hs me batia uma tristeza, eu até chorava...
Agora com o Pedro, não sei, acho que criei muitas espectativas na minha primeira gravidez, achava que tudo ia ser um conto de fadas, e não foi.. neném chora sem motivo aparente, vc tem que acordar de madrugada, fora os hormonios que estão voltando ao normal....
Espero não ter te assustado.
Beijos Vanessa.